sábado, dezembro 16, 2006


Unindo poema e cor
Uma moldura, uma tela e o universo inteiro, real e imaginário, se mesclam diante dos nossos olhos. Assim os quadros da artista Neyde Noronha se mostram a seus admiradores, fazendo com que eles se transportem para o limite do objeto, ao mesmo tempo em que dele desembarcam para a criatividade sugestiva do tema. Nesse processo, espectador e obra se identificam e o objetivo da artista de permitir que cada observador faça a sua descoberta, construa a sua interpretação, de acordo com seus anseios, nada é do que saber expressar, e bem, o inconsciente coletivo.
Sempre que fala do seu trabalho Neyde Noronha não consegue esconder o entusiasmo pela pintura e, principalmente, pela maneira como os apreciadores da arte vêm se questionando e refletindo sobre a produção artística atual. Considerando que essa busca incessante da arte faz com que os artistas se conscientizem da responsabilidade que têm com o seu trabalho, de forma geral, a artista acredita que " a expressão é uma maneira de assumirmos um compromisso com as pessoas", por isso a sua preocupação em transmitir, através das suas obras, mensagens de paz e harmonia, "apesar das mudanças nas cores, pois o que importa é o conteúdo".
Satisfeita com o fato de seus quadros despertarem a curiosidade do público, " pois eles são como livros: a cada momento uma coisa nova é descoberta", Neyde revela que "são coisas desse tipo que motivam e sensibilizam o artista", Sensibilidade, aliás, é uma das grandes particularidades de Neyde, como já escreveu, em certa ocasião, a professora Héris Guimarães, da Escola Nacional de Belas Artes, salientando que " poesia e cor são, portanto, os veículos da artista para dar cormpo às suas idéias e levar avante o seu trabalho".
Em uma de suas citações, o poeta Fernando de Aviz escreveu que a pintura de Neyde Noronha,´"na ilusória dominância dos tons verde e violácio, absorve a sublime magia de retratar o arco-íris do grande sonho humano: colorir-se de natureza". Recentemente, numa mostra individual de Neyde, Norma Cavalcanti Rodrigues comentou: " Estamos sempre a exigir-lhe mais. Nada pedimos aos omissos e aos estéreis, mas, sim, de uma hábil e sutil manipuladora da forma, do espaço, e das cores".
É conciliando de maneira equilibrada o seu dia-a-dia, que esta artista niteroiense produz seu trabalho.


VIRGINIA CRISOSTOMO- Jornal do Brasil- Edição Niterói -ANOS90

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